quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Arisson por ele mesmo.

Caí na terra em 1980, na cidade de Vitória da Conquista, Bahia. Na minha infância minha mãe percebeu o meu lado artístico e me deu muito apoio, lápis de desenho e criatividade, o que me influenciou completamente na busca por cores, desenhos e formas. Meu pai que também era desenhista passou pro outro lado quando eu só falava papai, daí então fui criado somente por minha mãe.
Na minha “aborrecencia” fui passar um tempo com meu avô e minha avó, foi aí que eu tive contato com o trabalho de meu avô que é marceneiro e também “o cara” no reaproveitamento de materiais, foi assim que sem saber eu aprendi através dele, que minha arte poderia ser feita de forma totalmente inteligente e barata se fosse baseada no aproveitamento do “lixo”.
Hoje eu transformo tudo isso que cato em arte, (é o que eu acho, rs).
Pelo fato de não ter sido muito favorecido com essa grana toda para adquirir meus materiais, passei a parar e pensar muito ao começar a fazer algum trabalho. Para, a partir daí, ir à rua ou à minha oficina e ver em todo meu estoque de matérias descartados o que melhor se encaixa com a minha ideia.
Como toda esta matéria geralmente vem da rua e poucas vezes se repete, uso isso geralmente a meu favor na criação de peças exclusivas.
Trabalhei no seminário da cidade, por algum tempo, aos meus dezesseis anos, aproximadamente. Lá as imagens que eram vendidas no bazar da paróquia eram feitas no próprio Seminário. No início desse trabalho comecei como pintor de imagens, depois percebi que alguns dos funcionários de lá restauravam peças sacras que vinham de algumas cidades vizinhas, e então, algum tempo depois eu comecei a restaurar e estudar o ofício. Hoje estou entre os poucos restauradores que atuam na cidade de Vitória da Conquista e cidades circuvizinhas.
E como se não bastasse me meti também no teatro, atuando algumas vezes em peças e performances. Gostei muito da arte de encenar e suas vertentes. Como por exemplo, a cenografia, que hoje é mais um dos ofícios pertencentes a meu currículo artístico. Tive descobertas que por sinal foram muito boas, em relação à exposição de meus trabalhos que foram feitos para atiçar a curiosidade de cada indivíduo, tanto na sua temática, como o material usado na sua concepção. E tudo isso foi originando muitos elogios e críticas que são sempre bem vindas (tá bom, nem tanto...rs) mas construtivas, mesmo que não tenham essa intenção.