Lixo com arte. É assim que o artista plástico Arisson Sena (re) cria suas obras.
Ao notar o grande acúmulo de sacolas plásticas em sua residência, resolveu usá-las de forma muito criativa, transformando-as em esculturas, telas, móveis, pinturas... E engana-se quem pensa em algo intimista. Arisson Sena destaca-se entre os artistas da cidade de Vitória da Conquista, com sua originalidade, sensibilidade e criatividade, muito bem refletida em suas obras. É na sua galeria improvisada, que suas obras estão expostas e são produzidas, de modo inusitado, a partir de refugos provenientes tanto de construções, como de borracharias e do material coletado em sua própria residência. Ferro, sacolas, papelão, pneu e câmaras de ar são os materiais utilizados para o desenvolvimento das mais diversas obras do artista. Tudo isso é fruto de pesquisa e experimentação no processo criativo em seu ateliê. Uma forma que o artista encontrou de mostrar como, indiretamente, prejudicamos o mundo em que vivemos.
2 comentários:
O estranho natal do senhor jack :D
As majestosas peças que são apresentadas por Arisson ao longo dessa sua empreitada com os materiais eleitos pelas estratégias criativas, utiliza a reciclagem como à transubstanciação do “lixo”, do dejeto, do inutilizável em fantásticas obras de arte que de imediato nos reportam ao desvelo das nossas pertenças. Materiais emprenhados de sentidos históricos que, por si só, nos exigem a experiência, nem sempre fácil, da desconstrução. Resta-me confessar que a experiência da observação dessas obras, quais agora estão dispostas sobre vossos olhos, fez-me refletir sobre as possibilidades da linguagem plástica, se tomarmos como ponto de vista o lugar de sua inserção. No caso dessa fase de trabalhos, materiais rejeitados pela nossa sociedade (lixo), para além dos seus usos, sua condição objetal de suporte expressivo -,acionam, por si só, signos que ampliam a nossa compreensão do mundo do qual fazemos parte. Utiliza-los em arte é garantir a expansão das suas significações, é buscá-los enquanto experiência fundante de processos sociais mais amplos, questionando suas políticas. No caso desses materiais, a utilização do sentido de reaproveitá-los como matéria-prima e expressiva de todo o processo criativo tenta dar conta das nossas mitologias de origem, as suas transfigurações rituais, estéticas, corporais, etc. Viva a arte! Viva os artistas intransigentes! Parabéns, Arisson! Thadeu Cajado
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